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22/10/2018 Agricultura
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Seminário apresenta convênio para qualificação do queijo artesanal serrano

O Seminário para apresentação do Convênio Queijo Serrano no RS, realizado na quarta-feira (17/10), no Parque Davenir Peixoto Gomes, em São Francisco de Paula, reuniu prefeitos, secretários municipais, técnicos, veterinários dos Serviços de Inspeção Municipal (SIM) e lideranças. O presidente da Emater/RS, Iberê de Mesquita Orsi, e o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Tarcísio Minetto, também acompanharam o seminário.

O médico veterinário Ângelo Nardi Pretto, do SIM de São Francisco de Paula, explicou quais são os passos para a legalização de uma agroindústria familiar de queijo artesanal serrano, desde a solicitação junto ao município até a vistoria e autorização para funcionamento, passando pela aprovação e construção da planta, licenciamento ambiental, atestado negativo de brucelose e tuberculose do rebanho, apresentação de laudo de potabilidade de água, rotulagem do produto e entrega do Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF) contendo os Procedimentos Operacionais Padrão, entre outros. Ele também falou sobre o serviço de inspeção e orientação aos estabelecimentos.

As médicas veterinárias da SDR, Maluza Feltrin e Neusa Castro, apresentaram o convênio queijo serrano Mapa-SDR-Emater/RS-Ascar, que visa à qualificação da cadeia produtiva do queijo artesanal serrano na região geográfica produtora. O convênio, que iniciou em 2016 e se estende até 2019, vai contar com um montante de quase R$ 800 mil, destinado a ações como capacitações em Boas Práticas Agrícolas (BPA) e Boas Práticas de Fabricação (BPF) para produtores de 50 microqueijarias e 32 técnicos da Emater/RS-Ascar e Prefeituras. Assistência técnica com 1.200 visitas, análises da qualidade da água, do leite e do queijo, elaboração de 50 Manuais de BPF, realização de estudo técnico-científico em diferentes tempos de maturação, entre outras atividades, também são metas do convênio. “O queijo serrano é um produto histórico, tradicional, e o convênio vem somar nesse sentido de buscar os requisitos sanitários para que a legalização aconteça”, afirma Maluza. De acordo com ela, o convênio dialoga com as legislações vigentes, como o Decreto que dispõe sobre a produção e a comercialização do queijo artesanal serrano no RS, e Normas Técnicas que trouxeram avanços para que esses requisitos sanitários fossem atendidos, com exigências mais inclusivas para propiciar a legalização das queijarias. Contudo, segundo a veterinária, é preciso contar com a contrapartida dos municípios, como a estruturação dos SIMs. 

Para o presidente da Emater/RS, o trabalho da Instituição tem feito a diferença e o momento é de legalizar os empreendimentos. “Nós temos que ser simples sem abrir mão da qualidade e da sanidade”, frisou Orsi.

O auditor fiscal agropecuário do Mapa, Roberto Lucena, falou sobre as ações de fomento desenvolvidas, como o convênio atual do queijo serrano, mas lembrou que o Ministério é parceiro desde 2006 no Projeto de Qualificação e Certificação do Queijo Artesanal Serrano. Conforme Lucena, o Mapa está aberto a novas demandas, novas possibilidade de ações, para avançar em projetos nas áreas de agroindústria familiar e de queijos artesanais.

Para o assistente técnico estadual em sistemas de produção animal da Emater/RS-Ascar, Jaime Ries, o convênio atual com a SDR e Mapa é resultado de uma construção que começou em 2001, com um trabalho focado na qualificação, legalização e valorização do produto, que foi unindo muitas pessoas e entidades e gerou uma série de informações e avanços, desde o resgate da história de produto até a criação da Lei do Queijo Serrano.

Potencial do produto

Uma visão do futuro do queijo artesanal também foi apresentada pelo consultor do Mapa, José Carlos Ramos, e por Ries, que tratou da solicitação do registro da identidade geográfica e patrimônio imaterial do queijo artesanal serrano.

Para Ramos, o queijo artesanal serrano é um produto que representa de fato a
identidade dos Campos de Cima da Serra, por ter ligação com a história, a cultura, a tradição e o território. De acordo com ele, toda essa história que tem por trás do produto precisa ser contada e é um dos fatores que podem contribuir para a sua valorização no mercado. Além de gerar renda para as famílias, o consultor destaca que o queijo artesanal serrano tem um papel importante na preservação da paisagem dos campos nativos da região, que são únicos no mundo, na sucessão familiar rural, com a perspectiva de um bom negócio, e no desenvolvimento do turismo.

Mas apesar do grande potencial do queijo artesanal serrano, Ramos ressalta que ainda é necessário organização, mobilização, capacitação, de forma que o produto alcance um padrão de qualidade e haja associações de produtores estruturadas, que atuem no apoio, planejamento, controle da produção, busca de mercado, construção da imagem e divulgação da história do queijo artesanal serrano.

Outra forma de distinguir alguns queijos serranos no mercado e fazer com que eles consigam uma valorização maior é a obtenção de uma Indicação Geográfica (IG). Ries relatou a busca do registro de uma IG para o queijo artesanal serrano, do tipo Denominação de Origem (DO), que além de reconhecer a região geográfica produtora pela fabricação, qualidade e notoriedade do produto, reconhece que esse queijo tem características especiais que só são possíveis de serem obtidas nos Campos de Cima da Serra do RS e SC. “Porque ele é influenciado pelo local onde é produzido, pelo clima, solo, alimentação da vaca, não só pela receita”, explica.

Além da expectativa de ter notícias desse pedido feito ao INPI em breve, Ries disse que nos próximos meses uma técnica do Iphan do RS deverá visitar municípios da região produtora para dar andamento a outro processo, o pedido de registro do modo de fazer queijo serrano como patrimônio cultural de natureza imaterial do Brasil. Ainda em 2013, um dossiê de 2.500 páginas foi enviado ao Iphan.

Assessoria de Imprensa Emater/RS-Ascar - Regional de Caxias do Sul
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Fonte: Emater/RS-Ascar

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