O Queijo Artesanal Serrano é tema de livro e exposição fotográfica, que acontece desde sexta-feira (10/08) no Espaço Cultural Correios, no térreo do Memorial do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. As obras revelam a identidade cultural de cerca de 3 mil famílias da região serrana do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, conhecida como Campos de Cima da Serra. A mostra é aberta ao público e tem visitação até 25 de agosto, de terças-feiras a sábados, das 10h às 18h. A partir do dia 25, a exposição com 45 painéis fotográficos pode ser conferida no espaço institucional da Casa da Emater/RS-Ascar na Expointer.
O objetivo do projeto “Queijo Artesanal Serrano – Identidade Cultural nos Campos de Cima da Serra”, que engloba o lançamento de um livro e uma exposição fotográfica, é resgatar a história e valorizar o Queijo Artesanal Serrano, produzido nos Campos de Cima da Serra. Em sua fabricação, os únicos ingredientes utilizados são o leite cru (sem pasteurização), o coalho e o sal, não havendo a adição de fermento lácteo industrial, corante ou outro aditivo. O saber-fazer do queijo vem sendo passado de geração em geração por produtores que exploram a pecuária de corte em pequenas e médias propriedades, com o uso da mão de obra familiar.
O projeto uniu a veterinária e professora da Faculdade de Veterinária da Ufrgs, Saionara Araujo Wagner, o zootecnista e o veterinário da Emater/RS-Ascar, Jaime Eduardo Ries e João Carlos Santos da Luz, ao fotógrafo Fernando Kluwe Dias, da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), e ao jornalista Ricardo Bueno, da Alma da Palavra. Além dos painéis com fotografias do livro, a exposição inclui material multimídia, com registros dos bastidores da produção da obra, bem como vídeos e reportagens sobre o Queijo Artesanal Serrano.
QUEIJO ÚNICO
As origens do Queijo Artesanal Serrano remontam à colonização açoriana e aos primeiros tempos da ocupação do território gaúcho. Sua receita teria sido trazida por esses imigrantes, por volta dos anos 1700, em plena época de disputas entre portugueses e espanhóis. Estava em curso o chamado ciclo do tropeirismo.
Atualmente, são cerca de 3 mil produtores de Queijo Artesanal Serrano em 16 municípios do Rio Grande do Sul e outros 18 de Santa Catarina, os quais têm no produto importante participação na geração de renda familiar. Além do leite ser extraído de animais de raças de corte, o clima, o solo, a altitude e a vegetação dos Campos de Cima da Serra constituem um ambiente natural peculiar, fundamental para as características do Queijo Serrano que ainda carece de uma regulamentação específica que permita sua comercialização e transporte fora da região produtora.
O projeto “Queijo Artesanal Serrano – Identidade Cultural nos Campos de Cima da Serra” é uma realização do Ministério da Cultura e da Alma da Palavra, com financiamento da Lei Rouanet, patrocínio do Banrisul, BRDE, InBetta, Marelli e Souza Cruz e apoio do Espaço Cultural Correios Porto Alegre.
Livro e Exposição Fotográfica “Queijo Artesanal Serrano – Identidade Cultural nos Campos de Cima da Serra”
Autores: Saionara Araujo Wagner, Jaime Eduardo Ries, João Carlos Santos da Luz e Fernando Kluwe Dias (imagens).
Período: 10 a 25 de agosto. De terças a sábados, das 10h às 18h. Entrada franca.
Local: Espaço Cultural Correios – Rua 7 de setembro, 1020, térreo do Memorial do Rio Grande do Sul (entrada pela Rua Sepúlveda)
A obra estará à venda durante a exposição por R$ 50. Edição limitada.